Um mórbido despertar
Seis horas da manhã, o despertador toca. Depois de uma exaustiva noite de terríveis pesadelos, vou para meu lugar secreto em busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Nesta perseguição do acidental, meus olhos se deparam com uma cena nada rotineira ao cotidiano doméstico.
No apartamento ao lado, observo um homem que lentamente abre os olhos, consulta o relógio de cabeceira, levanta-se preguiçosamente, vai até ao banheiro, escova os dentes, lava o rosto e contempla seu semblante no espelho, pensando talvez, como seria o seu dia.
Repentinamente, ouve o toque da companhia, enxuga-se às pressas e caminha até a porta. Ao destrancar a fechadura e abrir a porta, se depara com um homem caído na soleira. Perplexo, corre o olhar em torno e constata que não há mais ninguém no corredor. Após alguns instantes, sem conseguir compreender o que está acontecendo, abaixa-se, ao tocar levemente o homem com os dedos, arrepia-se, sentindo o corpo frio, rígido, percebe que é um cadáver.
Sem hesitar, sai correndo em direção ao telefone, disca o número da central de polícia e fica à espera com a cabeça cheia de indagações.
Eu, onde costumeiramente vejo tudo o que acontece, fico a pensar que este como tantos outros, pode ser mais um caso sem solução.
Um comentário:
É, meninas, além do enredo coeso, percebi a pitada de crítica presente no último parágrafo. Bjs, Tamar.
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